A aposentadoria privada ganha fôlego nas seguradoras em todo o País. O momento econômico e a crise fiscal têm gerado desconfiança na população de que a Previdência Social arcará com os benefícios no futuro, forçando a busca por alternativas de poupança.
Um levantamento da Brasilprev - cujos últimos dados de 2015 apontam 58,5% de market share na previdência privada -, divulgado com exclusividade ao DCI, não só mostrou um crescimento de 6% na base de clientes da companhia em abril deste ano, com relação a mesmo período do ano passado, como também demonstrou um aumento de 17% na contribuição média dos clientes na mesma base de comparação (de R$ 354 para R$ 416). Em cinco anos, o indicador mostra um aumento de 66%.
O mercado de previdência aberta como um todo teve, em maio, alta de 11,2% em relação a igual mês de 2015.
Segundo Soraia Fidalgo, gerente de inteligência e gestão de clientes da Brasilprev, além da educação financeira, a longevidade da população e a segurança dos produtos, fatores como melhores padrões de vida e desconfiança em relação à economia futura também contribuíram para o maior destaque do mercado.
"Seja por educação financeira ou pela própria experiência difícil que estamos passando, há uma consciência maior da necessidade de se precaver. Além disso, houve também um período fértil de ascensão econômica anterior à crise que colaborou nesse produto de longo prazo", explica a executiva.
Fidalgo ainda sinaliza que, apesar da expectativa de melhora na economia, o "assunto constantemente pautado" da previdência social (atualmente em déficit de R$ 60,4 bilhões), também tem destacado o produto como alternativa e, mesmo com uma menor recessão, a previdência privada tende a aumentar cada vez mais.
"Ainda não está decidido se haverão ou não mudanças e, com essa recessão, as pessoas começam a se perguntar se a aposentadoria continuará lá na frente ou quando elas precisarem de dinheiro. Então, na medida em que essa consciência toma forma, o padrão social da população vai mudando e mesmo com melhora nas ofertas de trabalho e da economia como um todo, as pessoas passarão a olhar tudo de uma forma diferente", completa.
Compromisso
Outro ponto destacado pela gerente da Brasilprev é que o foco dos contratantes tem sido, em uma maioria de 60%, focado para o longo prazo, apostando na Tabela de Regressão Progressiva, que permite imposto decrescente sobre o valor aplicado no momento de resgate.
"É uma conduta de longo prazo. Além disso, a base de clientes também vai amadurecendo conforme o tempo e, na medida em que isso acontece, a vontade de contratar um plano de previdência privada aumenta", identifica Fidalgo.
Nos clientes da Brasilprev, apesar dos clientes até 50 anos predominarem, a base com acima de 51 anos tem crescido. Idosos de 61 a 70 anos representavam, em 2015, 8,9% da base, contra 10,3% atualmente. Na mesma comparação, clientes acima de 70 anos passaram de 8,5% para 10,2%.
Já em relação a quanto as pessoas têm conseguido honrar seus compromissos, a executiva esclarece que esse é um produto que apela para a segurança e que, por esse motivo, as pessoas tem dado continuidade aos planos mesmo no ambiente de dificuldades.
"Existe um trabalho para passar essa segurança da previdência complementar. E mesmo com essa recessão, as pessoas não retiram o dinheiro porque entendem que estão guardando para dar certeza a um futuro e que não podem retirar isso dali", avalia.
Regiões
O estudo ainda aponta que houve alta no número de planos e de ticket médio em todas as regiões e estados do País.
Outro destaque é que o País demonstrou um crescimento feminino na base de clientes e que as regiões Norte e Nordeste são as que apresentam o maior número de planos direcionados para crianças.
"Quando a gente olha para essas regiões, o volume de mulheres é muito maior e faz sentido associar à questão da educação. As classes C e D focam na educação financeira, enquanto nas classes mais altas focam na faculdade", diz.
Ela ressalta a importância da previdência privada no País. "O mercado tem crescido muito nos últimos anos, e mostra que as pessoas estão começando a entender a importância de garantir o futuro", conclui Fidalgo, gerente da Brasilprev.
Fonte: Assessoria (http://www.seguronoticias.com/)
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